segunda-feira, 30 de abril de 2018

Minha muda Jasmim Manga

6 da tarde (noite???)
Todos despediram-se no consultório e eu fiquei para a labuta da noite - escrever!!!
Antes, tomei café com biscoito enquanto pensava no jasmim-manga da poesia da Tia Zélia Guardiano - aquele do qual cobiçava umas mudinhas.



Traguei o último gole - fraco e frio (rsrsrs, poucos me entenderão)
Da mesa, peguei faquinha de serra e um saco plástico (em vão... Já explico)
Desci até a praça Mello Peixoto - no caminho, pensei em perguntar ao moço da guarita se podia pegar três ramas da árvore... Talvez 5! Sei lá, coisa pública às vezes não pode.

O Guarda não estava, mas a árvore sim, a uns três metros de meu braço esticado.
Olhei para cima por vezes, matutando em como alcançar. As pessoas trombavam com pressa... Incompreensão.
Lembrei-me da escadaria do teatro, aquela que o Neguitinho usa para ajustar a iluminação. Estaria por lá a estas horas??? Não. Sentado na cadeira da entrada só o Tico, que eu nem conhecia.


Contei minha história para ele e o Tico, sensível que é, achou a ideia bacana e topou a aventura de pronto - pegou a escada que tinha e foi comigo até a praça.De cima, o Tico arrancava as melhores 5 ramas que via (com a mão mesmo, sem faquinha) e, de baixo, eu segurava a escada para ele não cair.


Na volta (com as mudas na mão, porque no saquinho não couberam) o Tico contou que plantou 25 mudas de quaresmeira na rua da casa dele e que elas começaram a florir. Já estava feliz com as minhas ramas e fiquei radiante imaginando a rua florida do Tico.


Nos despedimos no semáforo e ao chegar ao consultório, notei, em meio aos galhos, uma solitária flor de jasmim - Só podia ser da Angelica Correa, claro - aquela que me faz a melhor companhia de todos os dias. Deixei na mesa dela, bem em cima da poesia da Tia Zélia Guardiano intitulada "Jasmim-Manga", que eu já transcrevi umas cinco vezes, para ver se decoro.


8 da noite agora... Eu já devia estar escrevendo outras coisas, tese talvez (diria o Joao Batista Martins), mas é que as mudas (do legítimo pé do poema) me encheram por demais de alegria e eu cheguei à conclusão, depois desse difícil dia, que aquilo que a gente faz sem plano, assim de supetão, meio que levada pelo coração, é o que a gente precisa fazer mesmo.


Só fiquei arrependida de uma coisa... Devia ter pedido o endereço do Tico, para ir lá ver as quaresmeiras coloridas (rosa e roxa intercaladas - ele disse). Amanhã passo no teatro e pergunto pra ele onde mora.


E daqui a alguns meses, quando meus jasmins estiverem floridos, posto foto deles aqui para vocês. E se permitirem, registro meu endereço também, para aparecerem em casa sem plano, assim de supetão, levados pelo coração.
Haverá sempre café forte e quente, do Nelsinho (Nelso Pedro Siqueira Junior) rsrsrsrs. E uma boa prosa pra gastar... Eu garanto!!!



três semanas depois, floresceram...

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